OS 15 MELHORES ÁLBUNS INTERNACIONAIS
DE 2013
1. JAMES BLAKE, Overgrown (Atlas Records)

James Blake é
o detentor do título “álbum de 2013”. Tem sido incrível acompanhar a ascensão
deste rapaz, que culmina, para já, na sua obra-prima. E custa-me mesmo
acreditar que vá, e não consigo mesmo imaginá-lo a, superar este Overgrown.
Conheci-o na altura do seu primeiro álbum com o overplay na rádio da um pouco irritante e aborrecida “Limit to Your
Love”, e um tempo depois fui ouvir os EP’s que ele tinha lançado. Há vida
alienígena em Klavierwerke, um lançamento absolutamente incrível. E
o que dizer da “CYMK”? Uma
música house (future garage) que teve direito a cover de uma banda de jazz. Um pequeno génio estava em ascensão
e maximiza o seu potencial e consegue unir tudo o que de bom e variado tem o
seu percurso musical: desde a delicadeza de “Tell Her Safe” até à produção fantástica,
épica e monstruosa no build up e drop da “I Never Learnt to Share”, passando ainda pela máquina de dança
futurística chamada “CYMK” e,
ainda, pela bela da intimidade que demonstra na “Lindesfarne II” ou na “Wilhelm Scream”. Em Overgrown, James Blake consegue juntar tudo
isto da forma mais coesa e – nem devia ser preciso dizer este adjectivo -
original que poderão imaginar. É uma autêntica bomba, perfeito do início ao
fim. I am sold. LMV
2. KANYE WEST, Yeezus (Def Jam Records)

E o que dizer do álbum de hip hop mais forward thinking, inovador, diferente, viciante e assombroso que
saiu este ano? Uma autêntica surpresa que me fez passar a adorarKanye West de
um dia para o outro, metendo-me a fazer repeat
durante dias com este disco quase perfeito, com o ambiente mais incrível e
produção estupidamente abrasiva. Totalmente inesperado vindo de um dos nomes
mais conhecidos da música actual. Há certos nomes que mesmo os vossos pais e
tios conhecem, diga-se U2,
Coldplay, Muse,Justin Bieber... Kanye West. E é este último o único
que tem coragem de lançar um álbum assim, um potencial falhanço comercial, um
atentado a tudo o que a rádio gosta de passar. Isto do alto da sua fama e
irreverência, para todos os seus fãs old-school
de hip-hop que acham que ele agora é uma merda, e também para todos aqueles que
o achavam uma merda e que agora percebem que é um dos maiores artistas da
actualidade. Tipo eu. Mentalizem-se: ele é arrogante e egocêntrico porque pode
e merece. Ou deveria ter escrito Ele? LMV
3. DEATH GRIPS, Government Plates (Third Worlds)
A qualidade das métricas asseguram que o flow de
MC Ride é, absolutamente, vertiginoso e medonho e que é, sobretudo, no espectro
social e político da sociedade que mais existe inspiração para a escrita das
sus canções. As batidas de Zach Hill explicam o porquê de ser um dos melhores
bateristas de sempre da noise rock/math rock, onde figurou em nomes
como Hella. Quanto a Flatlander, o responsável pelos teclados e sintetizadores,
o triunfo de Government Plates é sobretudo o seu triunfo:
nota-se que a sua importância na génese musical foi maior do que na
primeira mixtape do trio, do que em The Money Store ou
que em No Love Deep Web – trabalho da banda em que esta seguiu
mais a sua linhagem. No fim de contas, o que aqui existe é uma obra-prima como
já não tínhamos há algum tempo. Government Plates é um álbum
perfeito. EG
4. FOREST
SWORDS, Engravings (Tri Angle
Records)

Diz-se que a recente passagem de Forrest Swords, aka Mathew
Barnes, por terras do Minho, no âmbito da edição deste ano do festival Semibreve,
foi curta: entende-se, quarenta minutos de concerto quando se trata do nome
que, muito possivelmente, atraiu e captou mais a atenção dos melómanos que por
lá passaram sabem sempre a pouco por muito que o factor qualidade lá esteja. Engravings,
disco que Forest Swords editou já este ano, pode ser visto como, e em jeito de
analogia à sua passagem por Braga, uma demonstração de que não é preciso abusar
do factor tempo para que se consiga ter uma viagem profunda e extensa pelos
mundos electrónicos que mais se esquivam do conceito de música electrónica;
poderá soar paradoxal, é-o na verdade: mesclar uma porrada de snares e claps com
trabalhos e ambiências de guitarras ou de batidas mais tradicionais é como
estabelecer uma ponte para os caminhos electrónicos e depois desfazê-la.
Conclusão: fica-se no meio termo, ainda bem; de uma dezena de canções, todas
elas de qualidade admirável, se faz um álbum tremendo e se dá a prova que para
chegar longe não é preciso muito – basta só que nos deixemos levar por esta
brisa que passa por nós que é Engravings. EG
5. THE HAXAN CLOAK, Excavation (Tri Angle Recors)
E por falar em Semibreve, Excavation ganhou
uma dimensão enorme depois de o ver tocado ao vivo nesse mesmo evento. Uma
experiência que nunca irei esquecer. Um disco que se entranha imenso com o
passar das audições, com uma sonoridade fenomenal, um ambiente
indescritivelmente depressivo, igual a absolutamente nada que tenha sido feito
até hoje. LMV
6. BOARDS OF CANADA, Tomorrow’s Harvest (Warp)
Existe por aí uma quantidade imensurável de música sintética
concebida com um único propósito: o de nos fazer dançar. No caso dos escoceses
isso também é aplicável, porém apenas se se atentar que a dupla não direcciona
a sua música a nós enquanto seres físicos. Quem dança não somos nós, são os
nossos sentidos comandados pelas sensações que se despertam no nosso cérebro,
enquanto o desencanto pelas melodias nos é dissertado pelos Boards Of
Canada. Não gingamos em malhos como Nothing Is Real, Sick Times, Come To Dust ou Reach For Dead,
mantemo-nos estáticos tal como a essência dos irmãos pede, mas é inegável
dizer-se esse sentimento de indiferença nos passa simultaneamente pela cabeça:
é aí que os escoceses são gigantes. EG
7. JON HOPKINS, Immunity (Domino Records)
Immunity é, traduzindo para a nossa língua mãe,
imunidade. Será paradoxal um álbum com níveis hipnóticos tão altos como este,
uma obra-prima absolutamente divinal, ter este nome. É impossível, para
qualquer ser humano que tenha os ouvidos sãos, sair daqui imune a toda a
experiência sónica que aqui podemos viver. Não dá, simplesmente. Cabe a cada um
de nós vivê-la. Vivam-na, desfrutem-na, celebrem-na, mas fiquem com certeza que
é uma das vivências mais únicas e idiossincráticas dos últimos tempos da Intelligence
Dance Music. EG
8. DJ RASHAD, Double Cup (Hyperdub)
DJ Rashad é
um dos verdadeiros criadores, a par com o DJ Spinn, deste género que se está a
tornar o dubstep de 2013 no que toca
à difusão e hype mundial que o estilo tem tido. Estava com um bocado de receio
de ouvir este disco, porque um álbum inteiro em que os BPM’s rondam o 170 não me soava uma boa ideia. Mas boa review atrás de boa review, lá tive que
ouvir, e como estava eu enganado. Este disco tem malho após malho e não pára,
rebenta com tudo, literalmente. E que surpresa, ao contrário das músicas que
conhecia deste senhor, isto não é aquele footwork/juke
puro, mas sim uma magnífica fusão de géneros e consegue ser um passo gigante à
frente daquilo que se faz no mundo da electrónica actualmente. LMV
9. YOUTH LAGOON, Woundrous Bughouse (Fat Possum Records)
Existem momentos, e não nos deixemos enganar: é nos momentos
que Wondrous Bughouse mais se revela avassalador e belo. É na segunda
faixa do registo, e ao instante 2:57, que tudo começa. O ruído nasce. É aí,
claramente, que Youth Lagoon mais se
esquiva da maneira como ladeou o seu disco de estreia. Não existe uma simples
maturação, existe, sobretudo, uma modificação. O cantar dos passarinhos quando
batem as sete da manhã passa ao lado, o berço foi abandonado; as paisagens que
inspiraram e criaram Wondrous
Bughouse são distintas, menos aconchegantes e
mais dinâmicas. Agora já não sete da manhã e já não se está na cama a ouvir os
passarinhos, agora são sete da tarde. E os passarinhos abandonaram a cidade.
EG
10. CHELSEA WOLFE, Pain is Beauty (Sargent House)
O Pain is Beauty da Chelsea Wolfe torna as
coisas altamente deprimentes, mais uma vez, mas aqui um pouco menos do que fez
em Apokalypsis. A voz dela é doce e
etérea, e os instrumentais conseguem ser o oposto: notam-se melodias
amarguradas, graves e batidas hipnóticas que se fundem da melhor maneira... e
por muito antagónicos que sejam os componentes voz / instrumental, os dois
acabam por ser como almas gémeas, casando-se e formando um só motivo, algo
absolutamente único chamado Pain is Beauty. LMV
11. THESE NEW PURITANS , Field
Of Reeds
12. BARDO POND, Peace
On Venus
13. OISEUAUX-TEMPETE, S/T
14. FUCK BUTTONS, Slow
Focus
15. OATHBREAKER, Eros
| Anteros
OS 10 MELHORES REGISTOS NACIONAIS DE
2013
1. QUELLE DEAD GAZELLE, Quelle Dead Gazelle (Ed. Autor)
As viagens celestiais ficam prometidas em momentos como Afrobrita, Fillow Pight ou Lion
Meets Gazelle (onde, de resto, a ajuda de Fábio Jevelim foi preciosa). E quando chegamos ao próprio universo
dos Quelle Dead Gazelle (embora estes universos não sejam uma coisa
totalmente nova), é que se dá o clic: abanamos a cabeça, gingamos (engraçada a
vertente dançável q.b. das músicas da dupla) e gritamos, mesmo que a vertente
lírica não exista na sua música. E sejamos sinceros: para quê acrescentar
palavras àquilo que a guitarra e a bateria iam cilindrar? O barulho por si só
diz(-nos) muita coisa, e no caso dos Quelle Dead Gazelle diz-nos demasiado; diz-nos que este é um dos projectos
a que devemos estar mais atentos, diz-nos que estes dois senhores são mestres
no que ao ruído diz respeito e diz-nos, não menos importante, que são do
caralho. Habemus música, habemos banda, hamebus futuro. EG
2. ERMO, Vem Por Aqui (Ed. Autor)
A experiência de ouvir Ermo, quer no seu EP quer
agora em Vem Por Aqui é abaladora, inquietante e,
desculpem-me se me sirvo de hipérboles, quase única: não espanta, por isso, que
no fim da viagem, no momento de atracar a caravela, desconheçamos as terras que
se encontram; é um espaço novo, nunca antes, por nós, navegado, onde tudo o que
lá existe e habita se resume àquilo que poucos esperariam encontrar. Sabemos
apenas que é por lá, nos seus lugares mais sombrios, que os Ermo viram
o seu sol, a iluminação paradoxal do seu estro, da sua essência: como sabe bem
mirar um hipotético horizonte e encontrar caravelas, parte da história e glória
nacional, a chegarem a novas terras em pleno século XXI, porém terras
diferentes, mais tristes que outrora. Da glória dos nossos antepassados e da
tristeza de Portugal versão 2013 se serve o triunfo dos Ermo.
EG
3.
LADY
INFERNO, Grim Love (Ed. Autor)
Grim Love, o primeiro de dois EP's lançados este ano por Lady Inferno, um grande amigo meu que
tenho o prazer de acompanhar musicalmente ao longo destes anos. E a evolução é
notória, principalmente em termos da sonoridade que tem apresentado
recentemente, apesar de gostar bem mais deste EP do que do que veio a seguir.
Mas isso acontece porque este Grim Love é MESMO bom. A primeira música tem das
melhores pulsações graves que já ouvi, e a última tem a melhor progressão de
acordes e desenvolvimento. Lindíssima a Always See Everything, figuraria na boa
num top de músicas do ano. LMV
4. MEMOIRS OF A SECRET EMPIRE, Memoirs of a Secret Empire EP
5. JEWELS, Só no fim
6. DREAMWEAPON, Dreamweapon EP
7. JOAQUIM BARATO, Caress Transgress
8. LINDA MARTINI, Turbo Lento
9. NOISERV, A.V.O.
10. TORTO, Torto Ep
AS 5 MELHORES CANÇÕES DE 2013 / EMANUEL GRAÇA
1.
Jubilee Street, de Nick Cave & The Bad Seeds
Passaram-se quase dez meses da edição de Push
The Sky Away. Pelo meio, houve um concerto incrível de Nick Cave & The Bad Seeds no Optimus Primavera Sound 2013, uma paixão
que se teimou em apagar pela “Jubilee Street” e a desconfiança que esta canção
é, na minha opinião, a melhor de todas as canções que Nick Cave alguma vez
escreveu (e esse estatuto está longe der ser uma coisa fácil). Do primeiro
verso, aquele que nos transporta para o local onde as coisas aconteceram («On Jubilee Street there was a girl
named Bee»), ao derradeiro verso, uma passagem que ainda hoje não me sai
dos ouvidos («Look at me now / I’m Flying») existe um contínuo
crescimento da vertente instrumental até se dar a dita explosão: a partir daí a
música ecoa-se nos nossos ouvidos, somos felizes a ouvir a tristeza de Nick
Cave. Quem disse que na tristeza não existe felicidade?
2.
Pangloss, de Ermo
Da glória dos nossos antepassados e da
tristeza de Portugal versão de 2013 se serve o triunfo de Vem Por Aqui,
disco de estreia dos bracarenses Ermo. “Pangloss”, canção maior do registo e
aquele que melhor espelha o que nos traz o duo, é irreversivelmente o melhor
momento musical que pudemos encontrar num disco português de 2013; de perfil
intervencionista e a evocar a grandiosidade de “Vampiros”, de José Afonso,
relatam-nos um Portugal que, desde então, se mudou: mudou-se filosófica e
eticamente e deixou que se lhe mudassem as vontades e crenças. Por entre a
fusão dos sintetizadores com os beats pujantes, nasce a obra que os portugueses
necessitavam, mas que possivelmente não mereciam. «Cala-te e
come // Tu não tens fome. // És surdo e mudo // Orelhas de burro» são os
quatro versos delineados, escolhidos a dedo, para desenlaçar Vem
Por Aqui. Talvez não nos encontremos em tempos de não comer porque os
outros comeram tudo e não nos deixaram nada, talvez agora a gente não coma
porque não tem fome, porque somos uns burros e mesmo famintos mentimos a nós
próprios dizendo que não temos fome. Afinal quem é que andamos a querer
enganar? Está na hora de ver o nosso próprio sol porque Portugal está p’ra
acabar e não podemos deixar o cabrão morrer.
3.
Blood on the Leaves, de Kanye West
Kanye
West diz-se Deus e há provas disso (afinal não é toda a gente que
escreve canções com o título “I Am a God”). A arrogância de Kanye é, e toda a
gente sabe disso, extrema, porém quem sampla Nina Simone para uma música de
hip-hop absolutamente vertiginosa sem invocar o seu nome em vão só pode estar
perto desse patamar: é, inquestionavelmente a melhor música de Yeezus,
e até o trabalho dos TNGHT (banda
de merda) está no limiar da perfeição. Além disso, “Blood on the Leaves”
salva-nos do sacrifício que foi ouvir “Hold My Liquor” e traz-nos ainda mais
fôlego do que o primeiro quarteto de canções do álbum, onde o trabalho dos Daft Punk está delicioso,
contrariamente ao que fizeram no RAM. No fim, recordamos sempre a
voz de Nina: «Strange Fruit hanging / from the popular trees / blood
on the leaves».
4.
Ela não disse, de Main Dish
Reavivar-se um movimento que nunca teve a
admiração generalizada que merecia é, vinte anos depois, desafiante; Main Dish,
que estará prestes a editar Oneiric, traz-nos da melhor maneira
possível, e já desde a edição de Insight ou do próprio single
Girls With Hats Are So Loevely, as lembranças de um Reino Unido embebido em
criatividade, inovação e criação de obras pouco convencionais para a altura,
que se intimidavam, de uma forma tímida, com o shoegaze e com
a panóplia electrónica que ia surgindo na altura. “Ela não disse”, o melhor
momento de Este Inverno, vive de tudo isso, mas também de uma
peculiar distorção vocal, que acaba por funcionar como um falso instrumento de
uma maneira absolutamente estrondosa enquanto a guitarra, bem sintonizada com
nomes como Bark Psychosis, trata do resto. Por vezes, arriscar traz-nos
vitórias: no caso de Main Dish, apenas se arrisca a ser quem é e isso só por si
só acaba por ser a sua vitória.
5.
Whatever I Want, de Death Grips
O que difere dos Death Grips do
ano passado para os Death Grips deste ano? Acima de tudo, é que os “novos”
Death Grips estão mais preocupados com a sua vertente electrónica do que seus
ancestrais. Government Plates, o meu álbum de 2013, concilia de uma
maneira perfeita o hip-hop ao noise e à
música electrónica na sua generalidade: a priori, esta aliança
seria difícil de passar do papel, mas a verdade é que esta foi feita de uma
maneira assombrosa. “Whathever I Want (Fuck Who’s Watching)” é o maior
paroxismo deste cruzamento inesperado de géneros e consegue ser uma espécie de
compêndio de todo o registo: momentaneamente belo, mas sempre inóspito e cruel.
AS 5 MELHORES CANÇÕES DE 2013 / LUÍS MIGUEL VIEIRA
1.
Bipp, de Sophie
A minha música do ano está escolhida já há muito tempo,
provavelmente desde que a ouvi. Poucas são as músicas que chegaram a competir
com ela em termos de pensar à frente, sendo, de longe, a música mais única e
própria que ouvi este ano, e talvez seja essa a razão de ou ser adorada ou
odiada. Uma música que traz o futuro da música de dança até nós na forma de
nuvem cor de rosa feita de algodão doce, tão viciante como minimal, tocando
apenas nos aspectos sinestésicos que interessam. Perfeita.
2.
Blood On
The Leaves, de Kanye West
Já muito falei sobre
o último disco de Kanye West, e tinha mesmo de escolher esta como uma das
músicas do ano. Incrível como traça gerações ao samplar um piano de Nina Simone
por baixo do instrumental de trap dos TNGHT, e inacreditável a maneira como
encaixam na perfeição. A letra também ajuda à festa, com uma performance vocal
à Kanye West. Tudo no sítio, mesmo.
3.
Come to Dust, de Boards of Canada
A música dos Boards of Canada tem um poder enorme de nos
transportar para outro estado, aquele feel matinal e melancólico adorável, só
conseguido através de todas as ideias texturais e ambientais que o duo nos foi
habituando ao longo dos quase 30 anos de carreira. Esta música aparece numa
fase em que já se torna incrível como as ideias deles não esgotam, e, além de
não se esgotarem, ainda surgem neste formato de perfeição.
4.
Into the
Green Wild, de Julia Holter
A Julia impressiona neste último registo, mas este consegue
superar tudo o resto e assume-se como o ponto mais alto, e um dos melhores do
ano. Só me consigo recordar do groove incrível que o baixo desta música
proporciona, e todos os elementos escolhidos a dedo nesta canção que encanta.
Impossível estar quieto.
5.
Eyesdontlie, de Machinedrum
Um dos maiorais do footwork, é um dos artistas de
electrónica mais ecléticos que já vi, e prolíferos também. Passa do footwork ao
future garage num ápice, e ainda cheira no house e no hip-hop, fazendo sempre
álbuns diferentes entre cada género. Um exemplo disso é o Vapor City, uma
evolução gigante desde Room(s) onde se assume claramente mais maduro e com
músicas enormes como esta eyesdontlie e a Gunshotta. Obrigatório.
ESCOLHAS DE EMANUEL GRAÇA E DE LUÍS MIGUEL VIEIRA.